segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

About...

Estava sozinha em casa. O silêncio lhe fazia bem. Decidiu tomar um banho, como de costume, fez a sua 'prece' habitual de que todos os seus erros, e mágoas escorrecem pelo ralo junto com a água que passara por seu corpo. Depois de se sentir limpa fisicamente, e livre de suas mágoas o suficiente, saiu do banho. Deu-se conta de que perdera-se nas horas... Saiu do chuveiro e como num movimento involuntário, inspirou profundamente, sentiu um, dois estalos no peito, aqueles que surgem quando havia uma tristeza considerável, ou raiva e dor. Nua e molhada sentou-se no vaso e sem perceber caiu em prantos. A água escorria pelo seu corpo, vaso e chão misturando-se com as lágrimas que surgiam desenfreadamente. Não sabia o por quê de tantas lágrimas, na sua cabeça tinha a mente tranquila e em paz. Mas chorou com soluços, soluços de uma criança doente. Isso é felicidade, então ?
Não sabia. De repente surgiu a ideia absurda de que ele entraria ali e sem importar-se com a sua nudez, a abraçaria forte e não perguntaria nada, apenas a abraçaria e nada mais. Mas ELE quem? Não estava amando ninguém, não havia ninguém em casa, não tinha ninguém em mente. Nada além de uma paz que doía, sim! Paz tão intensa que provoca lágrimas de dor.
E como se estivesse em um pesadelo e acordasse assustada, levantou de sobressalto, inspirou profundamente de novo e não sentindo os estalos, olhou-se no espelho embaçado pelo vapor do chuveiro que ainda estava ligado, limpou-o com uma leveza e paciência que até mesmo a impressionava.
Olhou-se por vários minutos, analisou cada detalhe de seu rosto, sorriu forçadamente para contas as covinhas, não de nascença, mas por ter o rosto gordo, ou o rosto de lua-cheia, como seu pai dizia. Um sentimento de narcisismo tomou-a e nunca mais desejou sair do banheiro, nem envelhecer e também não ver mais ninguém. Queria continuar ali, se admirando. Sim! Iria ficar ali! Verificar cada espacinho de seu corpo e de repente, como algum espírito a tomasse, isntantaneamente riu baixinho, olhou ao seu redor, olhou-se novamente no espelho e continuando a sorrir, uma lágrima escorreu em seu rosto e, mal abrindo a boca, resmungou: E afinal, quantos sentimentos cabem em uma lágrima?

Sobre ser o terceiro.

Enfim, Clarice me entende e Caio Fernando me alivia.
Bem, está aí. Esse é o terceiro blog que faço. E realmente não sou uma pessoa objetiva, eu nunca vou até o final, entende?
Hoje eu resolvi, porque preciso escrever algo em algum espaço, que não seja só no meu bloco de anotações.
Não ligo muito pra design e essas coisinhas do blog. Prefiro o mais simples, sabem ?
Eu estou com a mania de querer que concordem comigo hoje. Mas acho que isso é só mais uma carência da minha vida, você está lendo?
Eu sempre fui uma pessoa sociável e rodeada de amigos. Mas de um dia pro outro eu passei a enjoar de todos. Fugi de todos. D-e-t-o-d-o-s-m-e-s-m-o. Talvez por achar que viveria melhor sem eles, ou só por um vício ou outros.
Bem, hoje meu bem necessário é cigarros, inverno e literatura.
Obrigada.